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Teologia Sistemática

Pureza e Unidade da Igreja

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A pureza da igreja é seu atributo de santidade, ou conformidade com a vontade de Deus. A unidade da igreja é seu atributo de singularidade e inexistência de divisões.

Dois atributos tradicionais da igreja são sua pureza, ou santidade, e sua unidade, ou singularidade.

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A igreja é pura no sentido posicional, no sentido do propósito e no sentido instrumental. A igreja é unida no sentido posicional, no sentido do propósito e no sentido instrumental.

Entendendo a Doutrina

Segundo Gregg R. Allison dois dos quatro atributos tradicionais da igreja são a santidade e a unidade.

As quatro características são tratadas em conjunto no capítulo 35; a catolicidade/universalidade da igreja, ou missão, também é abordada no capítulo 43.

E a apostolicidade da igreja é abordada como um critério para canonicidade no capítulo 7.)

Tanto a pureza quanto a unidade podem ser entendidas de três maneiras:

(1) posicionalmente, ambas são realidade para a igreja por causa da obra de Deus de separá-la para seus propósitos e dar- lhe unidade.

2) Quanto ao propósito, ambas são objetivos essenciais que a igreja deve buscar alcançar à medida que amadurece.

(3) Instrumentalmente, ambas são processos essenciais que promovem o crescimento da igreja.

A pureza da igreja é “quanto ela está livre de erro doutrinário e de conduta e quanto ela se conforma à vontade revelada de Deus para igreja”.

A igreja já desfruta da posição de santa, sendo separada e consagrada por Deus

Portanto, por definição, a igreja é pura. No sentido intencional, a pureza é um objetivo essencial: a igreja busca a santidade perfeita como seu propósito divinamente estabelecido.

Em um sentido instrumental, a igreja busca pureza cada vez maior para crescer. Essa busca da santidade é um instrumento para produzir o amadurecimento da igreja.
Algumas igrejas são mais puras do que outras.

Por exemplo, as igrejas em Filipos e Tessalônica davam pouco ou nenhum sinal de dano à sua pureza. Já as igrejas de Corinto e da Galácia, envoltas em problemas doutrinários e morais, eram menos puras.

Empiricamente, algumas igrejas se destacam hoje como mais puras, caracterizadas por pregações fiéis, adoração genuína, forte comunhão, missão frutífera e muito mais.

Por sua vez, outras igrejas são notadas como menos puras, caracterizadas por pregação superficial, adoração superficial, relacionamentos fracos, falta de envolvimento missionário e muito mais.

Além disso, uma igreja pode ser caracterizada por alguns aspectos mais puros e outros menos puros

Por exemplo, ela pode refletir fortemente a vontade de Deus em relação à pregação e ao ensino, mas ser menos conforme à vontade de Deus em relação à oração e ao esforço missionário.

Retornando ao propósito de pureza, a igreja deve visar à maior santidade em todas as áreas, não apenas em algumas.

No sentido instrumental, uma igreja deve identificar quais são suas áreas de maior e menor pureza.

Deve trabalhar com afinco para manter e até mesmo aumentar a santidade de seus aspectos mais puros, dando graças a Deus pelas áreas que agradam a ele.

Além disso, deve desenvolver meios para que seus aspectos menos puros se tornem mais conformes à vontade de Deus.

Concentrar-se em pessoas e processos que podem contribuir para trazer maior pureza nessas áreas é uma estratégia inteligente.

A unidade da igreja é seu atributo de ser una, um senso de harmonia, bem como a prática dela, que abrange doutrina, vida, identidade de comunidade e missão, assim como a inexistência de divisões.

Em um sentido posicional, a igreja já está unida, dotada pelo Espírito com o dom da unidade.

Portanto, por definição, a igreja está unida.

Em um sentido de propósito, a unidade é um objetivo essencial: o objetivo divinamente estabelecido para a igreja é sua unidade perfeita.

Em um sentido instrumental, a igreja trabalha com afinco para manter a unidade com a qual foi dotada.

Essa defesa da unidade é um instrumento para promover o amadurecimento da igreja.
A fonte da unidade da igreja é o Deus triúno, que existe eternamente como três Pessoas em perfeita união.

Essa eterna unidade trinitária não é uniformidade, mas unidade na diversidade. Os três são Pessoas distintas, mas não três deuses diferentes.

Existe apenas um Deus, e as três Pessoas distintas estão perfeitamente unidas.

Embora a igreja não possa desfrutar do mesmo tipo de unidade de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo desfrutam, seus membros estão unidos por meio do Espírito e, assim, formam um só corpo.

Seguindo o padrão de unidade trinitária, a igreja é chamada a viver a unidade na diversidade.

A igreja não exige que cada membro seja igual aos outros, pois não nega a individualidade nem a singularidade de personalidade, dom e chamado de cada um.

Dotada com o dom da unidade, a igreja não precisa criar essa realidade. Em vez disso, deve trabalhar duro para manter a unidade que lhe foi conferida, concentrando-se nos muitos pontos em comum.

Expressando os atributos necessários como humildade e bondade, mantendo o desejo ardente de preservar esse dom e muito mais. Ao procurar manter sua unidade, a igreja recebe a ajuda do Espírito da unidade.

Base bíblica

Gregg R. Allison diz que a Escritura ressalta a pureza e a unidade da igreja de três maneiras:

(1) posicionalmente, a igreja já é santa (1Co 1.1,2) e unida (Ef 4.3).

(2) Quanto ao propósito, as duas coisas são objetivos essenciais para ela à medida que amadurece, pois a igreja foi chamada para ser “santa e sem mancha” (Ef 5.27) e alcançar “a unidade da fé” (Ef 4.13).

(3) Instrumentalmente, as duas coisas são processos essenciais que promovem o crescimento da igreja, que é exortada a “esforçar-se pela paz com todos [unidade] e pela santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

A base bíblica da pureza da igreja será apresentada primeiro, seguida do apoio à unidade da igreja.

Começamos com a base bíblica da pureza da igreja. Os membros da igreja de Corinto são descritos de forma notável como os “santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos” (1Co 1.2).

Essa ideia posicional de pureza é a obra de Deus de separar a igreja para seus propósitos, de tal forma que até mesmo a igreja mundana de Corinto era santa.

Além disso, a santidade da igreja é o propósito pelo qual Cristo se sacrificou: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela para santificá-la […] para que fosse santa e sem mancha” (Ef 5.25-27).

A imagem de uma noiva linda e casta, adornada para seu marido, é a visão bíblica da perfeita pureza futura da igreja (2Co 11.2,3). Tornar realidade essa imagem é o objetivo da igreja.

No sentido instrumental de pureza, a igreja se separa de tudo o que não é puro, limpando-se “de toda impureza do corpo e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2Co 6.14—7.1).

Como seu objetivo é alcançar a perfeita pureza, a igreja, que já é posicionalmente pura, purifica- se e busca pureza ainda maior.

A base bíblica para a unidade da igreja é o nosso próximo assunto

O modelo para a unidade da igreja é a unidade do Deus triúno, expressa na oração de Jesus ao Pai: “guarda-os [os discípulos de Cristo] no teu nome […], para que sejam um, assim como nós somos um” (Jo 17.11; veja tb. 17.21,22).

Essa unidade abrange especificamente uma união nunca antes vista entre judeus e gentios, refletida na missão de Jesus de unir os dois grupos: “haverá um rebanho, um pastor” (Jo 10.16).

Essa missão está sendo cumprida: “Nele [em Cristo] também vós [judeus e gentios] são edificados juntos para morada de Deus pelo Espírito” (Ef 2.18-22).

Na verdade, é o Espírito Santo que concede a unidade à igreja, que, desse modo, não tem de criar unidade, mas, sim, “ansiar por manter a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3).

Posicionalmente, portanto, a igreja está unida. Quanto ao propósito, o objetivo da igreja é alcançar “a unidade da fé” (Ef 4.13).

Instrumentalmente, a igreja deve procurar “esforçar-se pela paz com todos” (Hb 12.14)

Em termos práticos, a igreja encoraja os seus membros a “viver em harmonia uns com os outros” (Rm 12.16), “tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, de total acordo e com uma só mente” (Fp 2.2).

Facções que se desenvolvem por causa de disputas a respeito de líderes espirituais (1Co 1.10-17), diferenças socioeconômicas (1Co 11.17-34), desacordo entre os membros (Fp 4.2,3).

E críticas motivadas por diferentes preferências pessoais (Rm 14) não são permitidas na igreja. Paulo envolve o dom de unidade do Espírito com sete pontos comuns que unem ainda mais a igreja:

“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados para a única esperança que pertence ao vosso chamado; um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por todos e está em todos” (Ef 4.4-6).

Como todos os cristãos têm esses sete pontos em comum, a unidade da igreja é promovida.

Há ainda outros fatores que unificam a igreja ou expressam sua unidade: um pedaço de pão compartilhado durante a ceia do Senhor (1Co 10.17), “uma só voz” elevada para a glória de Deus em adoração (Rm 15.6).

Uma confissão de fé comum (p. ex., 1Tm 3.16), atitudes de humildade, mansidão, paciência e amor mútuo que favorecem a unidade (Ef 4.2), assim como o desejo ardente e o empenho para manter a unidade (Ef 4.3).

Principais erros

1. Alegações exclusivistas de certos grupos que afirmam ser a única igreja pura. Historicamente, tem havido um fluxo constante desses movimentos marginais.

Que muitas vezes denunciam as igrejas estabelecidas como instituições mundanas, não bíblicas, comprometidas. Esses grupos não percebem a penetração do pecado em seu próprio meio.

2. Tentativas de (re)união formal da igreja que acabam sendo pouco mais do que um acordo em torno de algum mínimo denominador comum.

Nesses casos, a verdade é frequentemente sacrificada em prol da unidade. Embora o reconhecimento de pontos comuns seja importante, passar por cima das divergências é inútil e não conseguirá promover unidade duradoura.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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